domingo, 11 de dezembro de 2011

PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE DESIGUALDADES A PARTIR DOS ATRIBUTOS COR, RAÇA E GÊNERO



Por Maria Rita de Cássia Sales Pereira

  Uma frase no texto em muito chamou a atenção: “o problema da pobreza é de insuficiência de recursos, enquanto que o problema da desigualdade é de distribuição desses recursos” (pág 115)
No texto O Ensino Industrial Manufatureiro do Brasil (CUNHA, Luiz Antônio. SP, Brasil Revista Brasileira de Educação, mai-ago, número 014 pp.89-107) o qual consultei para investigar como foi a transição do negro/a no mercado de trabalho pós Abolição, assinada pela Princesa Isabel, faz constar que os Colégios de Fábrica, Escolas de Artífices foram criadas para acolher os pobres, leia-se, os brancos em condições miseráveis e órfãos (filhos dos portugueses, cujos pais não suportaram a viagem), destinando aos mesmos saberes que pudessem ao longo das suas vidas se auto sustentarem. A argumentação para não aceitar negros/as nas escolas era que não possuíam qualificação mínima, tampouco condição de freqüentar aqueles lugares..
Restava aos negros/as libertos/as o trabalho manual e doméstico considerados desde o Brasil Colônia de pouco valor o qual sofria forte preconceito no Brasil Colônia. Na minha percepção não mudou em nada este entendimento. Mais adiante (em outra questão) retomo a esta frase
Os arranjos relativos à propriedade privada, à organização familiar e à herança, são também considerados fortes mecanismos de reprodução das desigualdades pois influenciam e interferem intergeracionalmente.
A antropóloga Verena Stolcke (pág 116 apostila) assevera que “as diferenças de gênero, raça/etnia, ao lado das de classe são indicadores significativos da desigualdade social, interagindo e reproduzindo a opressão ao gênero feminino.
Resumindo, há um forte “aprendizado cultural” em nossos DNA’s que nos acompanha desde a colonização e seria pueril da nossa parte entender que estas roupagens tão bem assimiladas se deslocarão para algum lugar desconhecido e distante sem que as pessoas de classes diferenciadas, com condição definida, com status delineado, vão abrir mãos e compartilharem um espaço neste grande transporte chamado vida. É cultural não querer se misturar a não ser que seja conveniente. Nossas crianças, jovens e adultos replicam o que vêem nos seus núcleos de crescimento e construção da personalidade que se chamava família com papéis claros e que colaboravam para a formação de pessoas solidárias, cooperativas e desejosas de melhoria. No meu entendimento este conjunto coopera para produção e reprodução de desigualdades. Quanto mais se fomenta a exclusividade (valor contemporâneo) mais desigualdade se instalará.

A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA IDÉIA DE RAÇA

Por Clara Maria de Souza

O racismo nasce no Brasil associado à escravidão, mas é principalmente após a abolição que ele se estrutura como discurso, com base nas teses de inferioridade biológica dos negros, e se difunde no país como matriz para a interpretação do desenvolvimento nacional.
As teorias racistas, então largamente difundidas na sociedade brasileira, e o projeto de branqueamento vigoraram até os anos 30 do século XX, quando foram substituídos pela chamada ideologia da democracia racial.
Nesse novo contexto, entretanto, a valorização da miscigenação e do mulato continuaram propiciando a disseminação de um ideal de branqueamento como projeto pessoal e social.
Sua crítica só ganhou repercussão nas últimas décadas do século XX, quando a denúncia da discriminação como prática social sistemática, denunciada pelo Movimento Negro, somou-se às análises sobre as desigualdades raciais entendidas não como simples produto de históricos acúmulos no campo da pobreza e da educação, mas como reflexos dos mecanismos discriminatórios.

Denúncias de racismo são condenadas ao arquivamento

No mês em que o país comemora 54 anos da Lei Afonso Arinos, um dos primeiros mecanismos legais instituídos para condenar a discriminação racial, a denúncia de um novo caso de racismo em Alagoas reacende a polêmica sobre a ausência de rigor na punição deste tipo de crime.

O drama da desempregada Edvânia Bernardo Luz, agredida esta semana, pelo mecânico José Wilton da Silva, com as frases: “negra safada” e “todos os negros são macacos”, é mais um caso que poderá ser condenado ao arquivamento, já que o agressor veio a público manifestar seu pedido de retratação. Dados do Disk-racismo, programa disponibilizado pela Secretaria de Proteção as Minorias, numa parceria entre governos federal e do Estado, revelam que no primeiro semestre deste ano, do total de denúncias de racismo formalizadas, quase 80% permanecem em aberto por desistência das vítimas.

Quando me deparo com uma reportagem assim, percebe-se que as pessoas têm motivos de sobra para desacreditar na justiça, por medo de levar o caso adiante ou simples recuo da acusação, após o pedido de desculpas feito pelo agressor, estão entre as razões que conduzem vítimas ao abandono dos casos.
Por estas e por outras questões que as agressões e discriminações se perpetuam e parece não ter fim.

Penso que é preciso uma mudança de postura por parte do judiciário, promotores, juízes e delegados, que lidam com a apuração de crimes desta natureza.
Diante da leitura dos textos começo a perceber que temos que fazer ações que promova mudanças na sociedade.
Precisamos denunciar o racismo institucional e as práticas discriminatórias propagadas pelos meios de comunicação; Abrir um canal de diálogo com os demais movimentos que lutam contra qualquer outro tipo de opressão.
Construir propostas de políticas públicas capazes de promover os direitos das juventudes; Envolver as comunidades populares no enfretamento a violência.
Nesse sentido, é necessário estudar e compreender a origem tanto de raça quanto de racismo para evitar que elementos da sua versão biológica permaneçam criando desigualdades e, a partir daí, possamos estabelecer novas relações sociais equânimes.

sábado, 10 de dezembro de 2011

MULHERES ROMPEM BARREIRAS E PODEM AGORA SER GENERAIS

Três médicas entram esta semana para a história do Exército como as primeiras mulheres a se formarem na Escola de Comando

POR DAMARIS GIULIANA

http://odia.ig.com.br/portal/brasil/html/2011/12/mulheres_rompem_barreiras_e_podem_agora_ser_generais_210292.html
Majores Regina Rangel, Carla e Schendel são alunas da primeira turma mista da Escola de Comando | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
 
Rio- Sete de dezembro de 2011 será um dia histórico para o Exército brasileiro. Pela primeira vez desde 1905, quando a Escola de Comando e Estado-Maior foi criada, mulheres estarão entre os formandos do curso que é pré-requisito para a promoção a general. Mais do que isso, uma delas será condecorada como a primeira colocada da turma.

“Há dez anos, falei que não era para permitir a entrada. Elas são ousadas. Deixaram, olha o que aconteceu! A primeira da turma é mulher”,brinca o subcomandante da escola, coronel Marcos Antonio Soares de Melo.
A primeira turma mista é só de médicos. O curso não é obrigatório e a seleção, considerada muito difícil, afasta candidatos. Centenas de militares estavam aptos a concorrer às 20 vagas, mas só 42 se inscreveram, e sete passaram — três mulheres.

As majores Carla Maria Clausi, Regina Lúcia Barroso Rangel e Regina Lúcia Moura Schendel ainda terão que trabalhar de 12 a 15 anos para concorrer ao generalato, mas vibram com o avanço. “Já consegui tudo que eu queria. Estou muito feliz.”, diz Schendel. “Temos sido pioneiras”,comemora Regina Rangel, que também foi da primeira turma mista da Escola de Saúde.

Médicos só podem chegar a generais de divisão, penúltimo posto da carreira regular. General de exército é exclusivo para quem cursa a Academia Militar das Agulhas Negras, onde o ingresso de mulheres ainda é proibido. “Tem de amadurecer a ideia”, avalia o coronel.

Maior emoção da vida foi resgatar crianças sob escombros no Haiti

Primeira colocada da turma, Carla Maria Clausi, 48 anos, foi destaque também na Escola de Saúde do Exército. A cirurgiã curitibana, especializada em terapia intensiva na Bélgica, entrou para o Exército dez anos depois de casar com um militar.

Paraquedista e mergulhadora civil, integrou a primeira equipe brasileira feminina de orientação — esporte militar no qual se corre longas distâncias, indicadas por mapa e com apoio de bússola.

Expansiva, como todo descendente de italiano, a major não camufla sentimentos. E vai às lágrimas lembrando do ano em que serviu no Haiti. Em 2008, uma escola desabou, com a passagem de um furacão. Quando Carla chegou ao local, ainda foi possível escutar choros, mas recebeu recomendação para “evacuar a área”.

“Nunca mais poderei dormir em paz se eu abandonar essas crianças”,argumentou. Ela acabou coordenando uma equipe de oito enfermeiros, em um resgate dramático. O grupo, junto com o general Carlos Alberto do Santos Cruz, passou 6h30 cavando os escombros com a mão. Quatro crianças saíram vivas.

Médica aprendeu dois idiomas indígenas para atender na fronteira

Filha de pianista, sobrinha de compositor, Regina Lúcia Barroso Rangel, 51 anos, diz que sempre gostou das Forças Armadas. Especializada em cardiologia e medicina esportiva, durante 11 anos aplicou mais de 2 mil testes cardiorrespiratórios em atletas militares.

Antes de atuar na Escola de Educação Física do Exército, dentro do paradisíaco Forte São João, na Urca, a carioca ralou dois anos em São Gabriel da Cachoeira (AM). “Cheguei a ir para o pelotão de fronteira. Do outro lado do rio era a Colômbia”, explica.

“É uma vida muito difícil. Uma região muito isolada.” Segundo a major, a viagem de Manaus pelo Rio Negro demora mais ou menos três dias. Se não for assim, só de avião.

Os casos mais graves que atendeu foram os de picadas de cobras, incluindo jararaca e cobra-coral. “Os pacientes vinham de barco, demoravam dias e, quando chegavam, (os ferimentos) já estavam muito evoluídos.”

Na região, 95% da população é indígena. Para cumprir a missão, como dizem, Regina Rangel, que fala inglês e espanhol, aprendeu também tucano e baniwa.

Para major, mulher só conquista espaço se impondo com trabalho

Durante três anos servindo na Amazônia, de 1999 a 2001, Regina Lúcia Moura Schendel, 50 anos, conheceu “lugares esquecidos”. A carioca conta que não basta ser médica para prestar atendimento em comunidades ribeirinhas.

“Fiz curso para aprender a consertar voadeira” (barco a motor), relata.“Você pode estar no meio do rio, ter um defeito e ficar ali. Não vai ter resgate”, explica. Subindo e descendo rios, a cardiologista socorreu inúmeras emergências. “Atendia muitos casos em que o cabelinho da criança, muito comprido, enrolava no motor do barco e escalpelava”,relata.

“A gente atende de tudo porque há carência de médicos na região. Você não encontra médico civil nesses lugares, é só a gente mesmo. Nem com bons salários o civil vai.”

Filha de general engenheiro, numa família de engenheiros civis, a médica não rompeu com a tradição só em casa. “Fui a primeira mulher instrutora da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais”, orgulha-se, ao lembrar de quando ensinava medicina de guerra. Considera que este pioneirismo foi seu maior desafio profissional. “Não adianta ser simpática. Tem de se impor com trabalho.”

OBJETIVOS DO MÓDULO III

Por Maria Rita Sales
Unidade: 4 Módulo III alcançou seus principais objetivos, tais como:

Demonstrar a formação e trajetória do moderno movimento negro, percorrer como foram provocados os debates e discussões sobre as demandas, construção das agendas, focalização da agenda antirracista, sexista que hoje vem sendo negociada pelos/as ativistas dos movimentos negro e de mulheres negras, atualmente no Brasil.

Trouxe questões de suma importância tais como:
Formas de organização e mobilização a que homens negros e mulheres negras recorreram após a Abolição, no Brasil: que teve por primeira providência deixar de ser um e tornarem-se coletivos, desfrutando de espaços onde podiam desfrutar juntos e fortes de entretenimento (clubes, bailes, festas); adotar a política de ingresso à mídia (veiculação de jornais) com notícias que identificavam e denunciavam atitudes intolerantes à cor (racistas e sexistas). Os espaços próprios de sociabilidade onde não sofriam ameaças de serem constrangidos tornaram-se espaços de fortalecimento da identidade africana no Brasil pois faziam sua cultura reverberar aos quatro cantos. Alcançaram o status de “elites negras” por se diferenciarem inclusive dos seus congêneres.
Sua trajetória política do Movimento Negro e do Movimento de Mulheres Negras, começou a partir da assistência aos “associados”, formaram grupos de professoras que ensinavam adotando a política itinerante de forma que alcançavam muitas pessoas. Ensinavam o que chamavam de Educação Moral e Cívica (alfabetização). Estas ações percorreram vários estados brasileiros até a desmobilização em Getúlio Vargas que impossibilitou a formação, consolidação e perpetuação de todo e qualquer partido que fizesse oposição aos objetivos pelo seu governo como cita Bóris Fausto na sua obra.
Na Ditadura ainda oprimidos pelo Regime, começaram gradativamente e silenciosamente a tecerem, articularem até que nas duas últimas décadas a partir dos estudos feitos pelos próprios intelectuais que tinham a pele marcada pela cor como as intelectuais Maria Beatriz e Lélia Gonzalez que citam nos seus estudos a formação de miríades ações e movimentos (UHC e Teatro Experimental) que se tornaram Seminários, Encontros Estaduais, Nacionais, Conferências que determinaram a partir da década de 80 vez e voz, assento e agenda para políticas públicas focalizadas de forma bem específica aos problemas vividos pelas mulheres negras.
As reivindicações e s estratégias do Movimento Negro, em diferentes cenários políticos, para enfrentamento dos preconceitos e do racismo foram muitas, mas uma que muito me impactou foi o direito à fecundidade pois esterilizavam as mulheres de forma que a raça não se perpetuasse ainda na carona da estratégia de embranquecimento do país, contra a fala poética e equitativa de Gilberto Freire quando ao país Brasil que harmonizava sua miscigenação o que foi comprovado nas unidades anteriores. Ser uma falácia descabida.
Outras reivindicações normais e naturais a todo cidadão: direito a existir, a trabalhar dignamente e não com restos do mercado, acesso à educação, voz nos grupos de discussão e decisões que afetavam e afetam o cidadão brasileiro.
Após a leitura do texto é inegável dizer que os movimentos marcam lentamente, mas fortemente as principais conquistas da mulher e militante negra: a visibilidade através do movimento “Black Power” Poder Preto/Negro onde a identidade empoderou-se, usando roupas nada pastéis, pelo contrário coloridas e repleta de acessórios, o lamento do canto e poder cantar, a autoridade e assento nos meios de discussão, a atividade sobretudo na área cultural (Lea Garcia, Ruth de Souza), acesso ao estudo (ainda em menor freqüência), mas que tem aumentado gradativamente. E hoje acesso a assembléias, projetos políticos organizações, esporte,educação, movimentos, associações todos na condição de legisladores da condição negra de ser.
Além das reivindicações, hoje os militantes ativistas formam redes de controle do poder público, recrutando comunicólogos, advogados, articuladores políticos, cientistas sociais para amparar, informar e orientar os vários grupos menores espalhados em todo o Brasil, articulando em prol do coletivo suas principais reivindicações. A cidadania e fortalecimento expansão de políticas públicas voltadas para redução das desigualdades, erradicação do racismo, sexismo, promovendo a universalismo dos direitos sociais, preservando o pluralismo da nossa sociedade.
Bibliografia
Módulo III Unidade 4– Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP-GeR
ARIÉS, P. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2.ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981.
SARTRE, Jean Paul – O ser e o Nada – Ensaio da ontologia poética – Tradução de P. Perdição. Petrópolis Ed Vozes 2005
Fausto, Boris. Getúlio Vargas: o poder e o sorriso. SP: Cia das Letras, 2006

ASPECTOS TURÍSTICOS DA CAPITAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO NA DÉCADA DE 1930 - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Faça uma viagem com uma excelente narração, pelos principais pontos de Vitória e Vila Velha em 1938.
Em primeiro plano a Praia da Costa, vista do alto do Convento da Penha, a Fortaleza de Piratininga (3º BI). Em uma filmagem em vídeo super8, um documentário produzido pelo Ministério da Agricultura, mostra o desenvolvimento de Vitória durante a administração do Prefeito Américo Poli Monjardim (1937-44), onde você poderá contemplar pouso e vôo do Aeroporto de Vitória e do Hidroavião (Santo Antonio), a abertura da Rodovia Serafim Derenzi, o bairro de Jucutuquara (Bairro Industrial), a cidade alta e suas principais igrejas. O quartel da Policia Militar (Maruípe), Ponte da Passagem, chafariz da Capixaba, Avenida Jerônimo Monteiro. Uma viagem ao passado, ao vivo. Uma viagem ao tempo imperdível.

(CINEFILOMANIACOS)

RETRATO DO RACISMO NO BRASIL

Conexão Repórter traça um retrato do racismo no Brasil


No Conexão Repórter desta quarta-feira, 30 de outubro,Roberto Cabrini traz um retrato do racismo no Brasil. O programa apresentará depoimentos contundentes de personalidades, formadores de opinião e artistas negros que falarão sobre o preconceito que sofreram ou presenciaram. Em imagens e depoimentos dramáticos é possível constatar como a cor da pele põe pessoas em desvantagem em diversas situações do dia a dia.

Com câmeras ocultas, dois jovens da mesma idade serão submetidos a diversas situações. Roupas e idades semelhantes e apenas uma diferença: a cor da pele. Um registro chocante de como para o negro tudo é mais difícil e humilhante.

Roberto Cabrini mostra ainda os bastidores e a origem das organizações internacionais que pregam a violência contra negros e que tem seguidores no Brasil.

http://www.sbt.com.br/conexaoreporter/

MULHER É PRESA POR RACISMO APÓS SER FILMADA XINGANDO PASSAGEIROS DE TREM

"Nenhum de vocês é a p... de um inglês", diz mulher com criança no colo.
Ela foi presa por racismo após vídeo ser visto mais de 350 mil vezes.

 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/11/mulher-e-presa-por-racismo-apos-ser-filmada-xingando-passageiros-de-trem.html

Do G1, em São Paulo
Uma mulher de 34 anos foi presa pela Polícia de Transportes Britânica após um vídeo em que aparece atacando minorias étnicas durante uma viagem de trem ter sido publicado no YouTube, segundo a BBC News.
No vídeo, publicado na rede social no domingo, a mulher é vista xingando vários passageiros por não serem britânicos.
“Nenhum de vocês é a p... de um inglês”, ela disse enquanto segurava uma criança no colo. “Voltem para a p... de seus próprios países... A Inglaterra não é mais nada agora, a Inglaterra está f…”

“Você não é inglês, você é negra”, ela grita a uma das passageiras que a confronta (clique para ver o vídeo, em inglês).

Em 48 horas, o vídeo foi visto mais de 350 mil vezes no YouTube. A polícia britânica prendeu a mulher sob a acusação de ofensa grave e racismo.
 

CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE ATENDENTE DE SERVIÇOS DE TURISMO EM PIÚMA

"Para àqueles que buscam um emprego, mesmo que temporário, nesse verão ou simplesmente ter um ganho extra em suas férias, vale a pena conferir e fazer a inscrição."
http://www.aquies.com.br/site/conteudo.asp?codigo=1767

A prefeitura de Piúma, por meio da Secretaria Municipal de Administração e Atendimento ao Cidadão, publica o edital do Processo Seletivo Simplificado para contratação temporária de Atendente de Serviços de Turismo o verão 2011/2012.
Serão oferecidas 15 vagas, com jornada de 40 horas semanais, que serão preenchidas conforme a necessidade da administração municipal, além da realização de cadastro de reserva. A remuneração dos contratados será de R$ 600,00.
As inscrições serão realizadas na sede da prefeitura de Piúma, na Secretaria Municipal de Administração e Atendimento ao Cidadão, situada na av. Isaías Scherrer, 45, Centro - Piúma, no período de 1 a 6 de dezembro, de 13h00 às 17h00.
Para a realização da inscrição serão exigidos os seguintes requisitos: ter, na data do encerramento das inscrições, a idade mínima de 18 anos; ter concluído Ensino Médio, ou estar cursando; não ter contrato temporário rescindido, pelo município, por falta disciplinar ou insuficiência de desempenho.
O processo seletivo será realizado em duas etapas. A primeira etapa, de caráter eliminatório, consiste em avaliação das inscrições, análise dos pré-requisitos. O resultado desta etapa será divulgado no dia 20 de dezembro de 2011, a partir das 10h00, na Secretaria Municipal de Administração e Atendimento ao Cidadão e publicado na imprensa oficial do município.
A segunda etapa, de caráter eliminatório e classificatório, que consiste na aplicação de prova escrita, no dia 21/12/2011, contendo 02 questões de Português, 02 questões de Matemática e 06 questões de Conhecimentos Gerais. A prova será aplicada na Escola Lacerda de Aguiar, a partir das 10h00.
Os aprovados para o cargo terão as seguintes atribuições: orientar e transmitir informações aos turistas ou grupos que visitam o município sobre as belezas naturais e culturais existentes; prestar informações sobre a localização dos pontos turísticos e comerciais do município; orientar os visitantes quanto aos serviços públicos prestados pelo município.
E ainda zelar pela limpeza da cidade, orientando os visitantes no período de veraneio; realizar pesquisa para Secretaria Municipal de Turismo sobre os pontos positivos e negativos apontados pelos turistas sobre o município, na alta temporada, para providências de intervenção; elaborar relatório das atividades desenvolvidas diariamente.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - MANIFESTAÇÃO

Manifestação na Praia de Camburi pela não violência Contra a mulher
Por Samanta Nogueira - Gazeta Online

 Foto: Samanta Nogueira

Em uma manifestação pelo Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, cerca de 500 cruzes foram fincadas na Praia de Camburi em Vitória, na manhã desta sexta-feira (25). As cruzes representam o somatório de extermínio da juventude negra e os homicídios contra a mulher que ocorreram entre setembro de 2010 e setembro de 2011

Representantes da Central Única de Trabalhadores (Cut) e sindicatos começaram a fixar as cruzes por volta de 5h30 desta sexta. Entre as principais reivindicações dos manifestantes, estão a implementação de políticas públicas em prol de mulheres e jovens.

Além das cruzes, foram distribuídas cartilhas que informavam sobre a Lei Maria da Penha e 2 mil balões brancos foram utilizados para simbolizar um pedido de paz.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Vitória tem média diária de quatro casos de violência contra mulher em 2011
Por Paulo Rogério
Rádio CBN Vitória (93,5 FM)
Foto: reprodução

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Vitória registrou uma média de 3,7 casos de violência contra mulheres até a última quarta-feira (23). Este ano foram registrados 1.213 boletins na delegacia especializada, mas esse número é maior por causa de outras delegacias que encaminham casos à Deam, segundo a titular da unidade, delegada Rosa da Silva Rodrigues.

"A gente se sensibiliza com as situações. Temos casos de grávidas agredidas pelos maridos. Mulheres com gestações de dois ou três meses, já no período de grande risco para gravidez em casos de violência física. A gente acaba absorvendo os estresse dessas e de outras vítimas", revelou.

Entre os casos registrados na Deam, 996 resultaram em inquéritos e geraram 62 medidas protetivas. Desde o início do ano mais de 180 agressores foram autuados em flagrante e presos. A maioria dos casos registrados tem relação com desobediência de ordens judiciais, agressões e ameaças.


Falsa paixão

Uma dessas vítimas é uma empresária de 58 anos, que tem medo de ser identificada. A mulher afirma ser ameaçada de morte pelo ex-companheiro, um advogado de 57 anos. A empresária alega às autoridades que foi vítima de golpe após quase sete anos de um relacionamento amoroso. Enganada por uma falsa paixão, ela passou bens como terrenos, imóveis e carros para o nome do advogado, um prejuízo que chegou a cerca de R$ 1,5 milhão.

"Ameaçou a mim e aos meus filhos. Ele disse que faz isso (matá-la) a hora que ele quiser. Ele disse que tem meios, como advogado, de tirar gente da cadeia para fazer o que ele quiser", afirmou.

Essa mulher já procurou a Polícia Civil e também o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), onde trabalham os defensores públicos Carlos Eduardo Rios do Amaral e Anselmo Rezende de Vasconcellos. A mulher foi atendida pelo defensor Carlos Eduardo. Ele ficou estarrecido com tudo que ouviu da empresária.

"Lamentavelmente aqui no município de Vitória histórias como essa tem aparecido cada vez mais. A violência psicológica tem aniquilado e neutralizado a honra e a dignidade e a vontade de viver da mulher. Roubando-lhe o direito de busca da felicidade", declarou.

O Nudem fica localizado na Casa do Cidadão, no Bairro Itararé, em Vitória e atende aproximadamente 150 mulheres por semana. O núcleo, que orienta e oferece todos os devidos encaminhamentos às vítimas na Capital atende diariamente, de segunda a sexta-feira, das 13h até a última mulher a ser ouvida por um dos dois defensores públicos da unidade. O telefone para dúvidas a respeito do funcionamento e outras informações é o 3382 5516.

Assassinatos

O Mapa da Violência 2011 mostra que o Espírito Santo está no do ranking de assassinatos de vítimas do sexo feminino a cada grupo 100 mil mulheres. O índice nacional de 4,3 crimes é superado pelo capixaba de 11,3 homicídios. Os dados se referem ao período de 1998 a 2008.

De acordo com a Secretaria de Segurança, em 80% dos homicídios, as vítimas têm alguma relação com o tráfico de drogas. Nas demais situações, a motivação é passional e as mulheres foram submetidas a um histórico de violência.
 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Negros recebem quase 40% menos por hora de trabalho do que demais camadas da população, segundo Dieese

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

Os negros – parcela da população que inclui pretos e pardos – recebem por hora, em média, 60,4% do pago às demais camadas populacionais. Essa é uma das conclusões do estudo divulgado hoje (17) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A pesquisa Negros no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de São Paulo mostra que um negro ganha, em média, R$ 5,81 por hora trabalhada, contra R$ 9,62 pagos a outros trabalhadores.

O principal motivo dessa desigualdade, segundo o estudo, é que a inserção dos negros no mercado de trabalho ocorre principalmente nas ocupações menos especializadas e pior remuneradas. Em 2010, 10,8% da população negra economicamente ativa trabalhavam como empregados domésticos. Entre a população que se declara branca e amarela, essa proporção é 5,7%.

Na construção civil, estavam empregados 8,8% dos negros inseridos no mercado de trabalho e 5% dos não negros. Segundo o estudo, esses setores são exatamente aqueles em que predominam postos de trabalho com menos exigências de qualificação profissional, menor remuneração e relações de trabalho mais precárias. “Por isso, menos valorizados socialmente”.

O serviço público absorve uma proporção maior de ocupados não negros (8,4%) do que de negros (6,2%). O fato de ser uma carreira que requer a aprovação em concurso público mostra, de acordo com a pesquisa, a falta de acesso dos negros ao ensino de qualidade.

A diferença também é grande no grupo que incluiu desde profissionais autônomos de nível universitário até donos de negócios familiares. O percentual de negros ocupados nessas atividades é 3,9%, contra 9% entre os não negros. “Dispor de riqueza acumulada que permita montar um negócio ou ter nível superior de escolaridade provavelmente são os fatores que explicam a exclusão de grande parte dos negros.”
Edição: João Carlos Rodrigues

Negro sofre 'discriminação institucionalizada' no serviço de saúde, diz diretor de ONG

Para Athayde Motta, do Fundo Baobá, serviços do Estado reproduzem preconceito de parte da sociedade.
Foto: BBC/Cortesia

Fonte: BBC Brasil

Além de ter menos acesso a planos de saúde do que brancos, a população negra também sofre uma "discriminação institucionalizada" nos serviços públicos de saúde do país, segundo o diretor do Fundo Baobá, Athayde Motta.

"De alguma forma, os serviços do Estado reproduzem o preconceito de parte da sociedade. Pesquisas mostram que nos locais onde a maior parte da população é negra o serviço tende a ser pior", diz Motta.

A tese defendida por Motta, que dirige o Fundo Baobá, uma ONG que viabiliza projetos que promovam a equidade racial, já foi sentida na pele por Marcelo Antonio de Jesus. Educador em uma ONG em São Paulo, 36 anos, Jesus conta que "durante exames", já sentiu "que há o receio de alguns médicos de tocar o paciente, pelo fato de ser negro".

"Isso também ocorreu com familiares. No meu caso, em uma ocasião, fui a dois médicos diferentes. Um deles nem me examinou e deu o diagnóstico só a partir do que eu havia contado", disse.

Eliane Barbosa, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo que publicou um trabalho analisando políticas públicas que lidam com desigualdade no país, diz que parte dos médicos dão tratamento diferenciado a indivíduos brancos e negros, mas não apenas ns serviço de saúde público como também no privado.

"Em alguns casos os médicos consideram que as mulheres negras, por exemplo, são mais fortes que as brancas, que elas não precisam dos mesmos cuidados", diz Eliane, que tem 40 anos e faz parte da parcela dos 15,2% dos negros que possuem plano de saúde no Brasil.

Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, a proporção dos brancos com acesso plano de saúde é o dobro, ou 31,3%.

"Racismo inconsciente"
Para Eliane, não se trata necessariamente de um 'um preconceito racional' por parte dos profissionais de saúde.

"Não quer dizer que eles querem discriminar alguém", diz. "É uma questão de referência dos médicos, geralmente homens e mulheres brancas. É uma questão muito profunda, uma reprodução inconsciente de um comportamento (racista da sociedade)."

Marcelo Antonio de Jesus, que é educador, defende que a questão seja abordada nos cursos de medicina do país.

"É necessária uma quebra de cultura. Boa parte dos estudantes de medicina vem de uma elite. É difícil que esses profissionais queiram depois atender na periferia. É até compreensível, porque eles vão encontrar uma realidade muito diferente da que vivem. Por isso a educação é importante", diz.

Eliane também acha que é preciso incluir a questão racial nas universidades. Ela lembra, ainda, que existem algumas doenças com maior incidência em determinados grupos, "como é o caso da pressão alta entre os negros", diz.

Ascensão e discriminação
A ascensão da classe C no Brasil permitiu um acesso maior de parte significativa da população negra brasileira a renda e consumo. Mas, segundo Athayde Mota, isso não significa que a discriminação racial diminuiu.

"A ascensão da classe C está transformando a vida dessa população em vários sentidos. Mas a discriminação racial continua a se manifestar, só que agora em outros locais. O preconceito aparece em restaurantes e locais que os negros não frequentavam", diz Motta.

Governo e movimentos sociais debatem políticas públicas específicas para os negros

Governo e movimentos sociais debatem políticas públicas específicas para os negros
www.es.gov.br
Foto: Thiago Guimarães/Secom-ES

Renato Casagrande já indicou os três secretários que serão os interlocutores oficiais do Governo no grupo de trabalho


O governador Renato Casagrande e o vice-governador Givaldo Vieira receberam representantes de diversos movimentos negros do Espírito Santo para um café da manhã em comemoração à Semana da Consciência Negra, na manhã desta quinta-feira (24), no Palácio Anchieta. Durante o encontro, foi aprovada a proposta da criação de um grupo de trabalho permanente para debater as políticas públicas específicas, composta por membros do Governo e dos movimentos sociais.

Também participaram do encontro o secretario de Governo Robson Leite,da Assistência Social Rodrigo Coelho, e do Conselho Municipal do Negro (Conegro - Serra), União de Negros pela Igualdade (Unegro – Vitória) (Vitória), PMDB Afro, Conselho de Igualdade Racial de Cachoeiro de Irapemirim, Conselho do Movimento Negro do PSB, do Grupo de Estudos Afrobrasileiro do Ifes, da Pastoral do Negro e da Secretaria Nacionaldo Movimento Negro.
"Esta é a nossa primeira reunião de trabalho com pauta aberta. Temos diversas políticas públicas em andamento, conectadas às demandas dos movimentos negros, mas vamos debater também as reivindicações especificas neste grupo de trabalho permanente, a fim de aperfeiçoar a atuação do Estado e de atender aos anseios dos movimentos negros capixabas", destacou o governador, que nomeou os secretários Robson Leite, Rodrigo Coelho e Luiz Carlos Cicilioti, da Casa Civil, como interlocutores oficiais da gestão estadual.
Dentre os assuntos debatidos no encontro, destacam-se a composição de uma estrutura administrativa para as políticas públicas destinadas aos negros, segurança, preconceito racial, a situação da mulher e dos jovens negros e o desafio de eliminar as desigualdades. O governador também recebeu o documento elaborado na Assembleia do Movimento Negro Capixaba, com as principais reivindicações destacadas pelas entidades e representantes dos movimentos negros.

Marcha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra reúne 200 pessoas em Vitória

Manifestação é contra a violência cometida contra os negros. Outro alvo são os crimes que envolvem a polícia.

gazeta online: www.gazetaonline.com.br/minutoaminuto

foto: Tiago Félix/CBN

Cerca de 200 pessoas - de acordo com estimativas da Polícia Militar - participam da IV Marcha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra, que começou na manhã desta segunda-feira (21), por volta de 9h30 na Avenida Jerônimo Monteiro, Centro de Vitória. A manifestação tem o objetivo de protestar contra a violência cometida contra os negros. Outro alvo são os crimes que envolvem a polícia.

Alunos de escolas de ensino médio de Vitória, Serra e Cariacica participam da mobilização, que ainda conta com a participação do Movimento Estudantil da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e com uma caravana que veio de Colatina, Região Norte do Estado. Os manifestantes protestam com faixas, cartazes e um carro de som. Eles também fincaram cruzes em frente ao Palácio Anchieta para simbolizar as vítimas que morreram últimos meses. A marcha segue até o Museu do Negro, ainda no Centro.

Duas faixas da Jerônimo Monteiro estão ocupadas e apenas uma pista está liberada para o fluxo de veículos, o que provoca engarrafamento que já chega a Avenida Vitória

domingo, 20 de novembro de 2011

CRIANÇAS NEGRAS ATRASADAS NA ESCOLA SÃO O DOBRO DAS BRANCAS

foto: http://opiniaosingela.blogspot.com

Conteúdo: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/11/noticias/minuto_a_minuto/nacional/1032561-criancas-negras-atrasadas-na-escola-sao-o-dobro-das-brancas.html

Enquanto 16,7% dos alunos negros estão nessa situação, entre os brancos, o índice é apenas 8%
Agência Brasil

O percentual de crianças negras de 7 a 14 anos que estão mais de dois anos de atrasadas na escola é o dobro do registrado entre as brancas. Enquanto 16,7% dos alunos negros estão nessa situação, entre os brancos, o índice é apenas 8%. Os dados compilados pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) são referentes a 2009 e reforçam a tese de que as desigualdades entre negros e brancos se repetem no ambiente escolar.

O fator socioeconômico geralmente é o mais usado para justificar o "atraso" escolar dos estudantes negros em relação aos brancos. Isso porque a condição social do aluno tem grande impacto na aprendizagem e a maioria da população de baixa renda do país é negra. Mesmo quando são considerados alunos de um mesmo nível econômico, os não negros têm desempenho superior aos negros.

É o que aponta um levantamento feito pelo economista Ernesto Faria, do Portal Estudando Educação. Comparando as notas de matemática e português da Prova Brasil de 2007, alunos de uma mesma faixa de renda e cor da pele diferentes também têm notas desiguais. Entre os 25% de estudantes mais pobres do 5º ano do ensino fundamental, a nota dos brancos é, em média, 8 pontos superior nas duas disciplinas. Entre os 25% mais ricos, a distância é ainda maior: os alunos brancos atingem 24 pontos a mais em português e 25 a mais em matemática.

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Para André Lázaro, especialista na temática de diversidade em educação, uma das explicações para esse resultado é que, em geral, os alunos negros frequentam escolas com pior infraestrutura em comparação aos não negros. Essa situação foi revelada pelo Relatório das Desigualdades Raciais, lançado este ano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em todas as etapas de ensino, os negros enfrentam piores condições que os brancos.

Enquanto 9,6% dos alunos brancos do 9º ano do ensino fundamental frequentam escolas com nenhuma adequação, entre os negros, o índice é de 12,9%. Já no 5º ano, 27,9% dos brancos frequentam escolas com estrutura exemplar - entre os negros, o patamar é de 22%.

"Além da questão estrutural das escolas, não tenho dúvida de que a dimensão cultural é fortemente explicativa do resultado escolar. O racismo tem um impacto muito forte na educação. Os modelos e exemplos educacionais dos livros didáticos, por exemplo, ignoram a dimensão da cultura negra e com isso você tem uma escola em que o negro não se vê", destaca Lázaro, que foi secretário de Diversidade do Ministério da Educação (MEC) e hoje é consultor da Organização dos Estados Ibero Americanos (OEI).

Um dos autores do Relatório das Desigualdades, o professor Marcelo Paixão avalia que a discriminação existente no ambiente escolar acaba por agravar as diferenças entre negros e brancos. "O espaço escolar deveria ser de formação de cidadania - quando isso não é feito de maneira crítica ele se torna um instrumento de perpetuação das assimetrias", diz.

Para a diretora de Educação no Campo e Diversidade do MEC, Vanessa Faria, tais resultados são reflexo da própria dificuldade da sociedade em reconhecer que existe racismo no país - situação que se repete no ambiente escolar. Em questionário aplicado em 2007 aos estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), menos de 3% se consideravam racistas, mas 60% disseram já ter presenciado uma situação de discriminação pela cor da pele e 30% afirmaram ter parentes racistas.

"A escola reflete o que acontece na sociedade. Por anos acreditou-se no Brasil que não existia o racismo, e fica difícil superar um problema quando ele é negado", ressalta Vanessa. Para ela, a diferença de escolarização entre negros e brancos tem diminuído nos últimos anos, e a escola está mais aberta para o debate. "Nunca se falou tanto na questão da igualdade racial, mas este é um processo em construção. Os anos de estudo da população negra crescem em ritmo maior do que entre os brancos", afirmou.

sábado, 19 de novembro de 2011

ODOMODÊ - FEIRA CRIOLA - PRODUTOS E SERVIÇOS DA CULTURA NEGRA EM VITÓRIA


FEIRA CRIOLA REÚNE PRODUTOS E SERVIÇOS DA CULTURA NEGRA EM VITÓRIA
FEIRA CRIOLA REUNE MAIS DE 20 AFRO-EMPREENDEDORES COM PRODUTOS E SERVIÇOS DA CULTURA NEGRA EM VITÓRIA
A feira é uma ação comemorativa do Dia Nacional da Consciência Negra e contará com 25 expositores, além de diversas apresentações culturais
Unindo cultura, arte e comércio, será aberta no dia 18 de novembro, sexta-feira, a FEIRA CRIOLA, que contará com mais de 20 afro-empreendedores para expor e comercializar produtos e serviços relacionados com a cultura negra.
A feira é uma realização do Núcleo Afro Odomodê, dentro da programação comemorativa do Dia da Consciência Negra, e estará montada até o dia 20 de novembro, no Centro de Referência da Juventude de Vitoria. A abertura é sempre às 15 horas e tem entrada franca.
O objetivo da Feira é difundir as raízes e a simbologia da cultura negra no Espírito Santo, além de fortalecer os micro-empreendedores do estado que trabalham com produtos étnicos.
Na FEIRA CRIOLA estarão representados os seguimentos de artesanato, moda, decoração, artes plásticas e beleza. Haverá produtos como roupas, calçados, quadros, telas de arte, ilustrações, esculturas, além de serviço de penteados afro e culinária afro especializada.
Shows de vários estilos musicais e apresentações de dança complementam as atrações nos três dias de Feira. O último dia de Feira será no Dia da consciência Negra (20 de novembro) e encerra a celebração do mês junto com a festividade do 5º aniversário do Núcleo Afro Odomodê.

FEIRA CRIOLA - CALENDÁRIO
Dias: 18, 19 e 20 de novembro (sexta, sábado e domingo)

Hora: todos os dias a feira será aberta às 15 horas

Local: Centro de Referência da Juventude

End: Av. Vitória, nº1320, Ilha de Santa Maria. Próximo a Fábrica do Trabalho.

Informações: (27) 3317-0350

Programação

Expositores: Eulália Muller; Starley Dentin; Kisili artesanato; Avivar; Inclusão Produtiva (alimentação); Working Hip Hop Shop e Galeria; Panela de Barro.com; Lidia Modas; Banzo Artes Plásticas; Fernanda de Freitas; Irineu Ribeiro; Sapatilha Renata Garcia; Estamparia Circuito Cultural; Gabi King Modas; Negrada; Ju Mosaico; Malu Bordados; Enó Escultura; Mônica Forde; Cachos e Cia; Vinícius Magalhães; Zuilton Ferreira; Sa-grilo; Estúdio Cosmonauta.

Apresentações culturais:

Sexta-feira

18h Canto e Percussão Odomodê

18h15 Motumbaxé

18h45 Canto Odomodê

19h Manguerê

19h30 Canto Odomodê

19h55min Kisili

20h35 Kunga Music

Sábado

17h30 Oscamagus

18h Fredone e os MCs

18h45 Canto Odomodê

19h Resing Young

19h30 Banzo

20h Sound System

Domingo

18h Aniversário Odomodê

18h30 Nó do Sertão

19h30 Trio Açucena

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mercado de Trabalho e a Invisibilidade das Mulheres Negras Capixabas

Sessão Especial: Mercado de Trabalho e a Invisibilidade das Mulheres Negras Capixabas
Data: 25 de novembro de 2011
Local: Assembleia Legislativa do ES, Plenário Dirceu Cardoso
Hora: 19 horas
Participe!

O Conselho Regional de Psicologia 16ª Região/ES informa:

O Conselho Regional de Psicologia 16ª Região/ES vem através deste, informá-las e informá-los que ainda teremos neste ano Conferências Nacionais de: Saúde; Assistência Social; Políticas para as Mulheres; Direitos da Pessoa Humana; LGBT; Políticas Públicas de Juventude. Segue em anexo as Conferências, datas, locais e temas que serão abordados.

As Conferências são espaços públicos de debate entre o Estado e a sociedade civil, organizada por temas, que contribui para a construção, o planejamento, a implantação e a avaliação de políticas públicas em todas as esferas de governo. Uma conferência ativa a democracia participativa produz um profundo diálogo social. Na sua preparação, são reunidos especialistas, promovidas palestras, mobilizadas as organizações sociais e são provocados os serviços públicos atinentes à temática que será debatida.

Conselho Regional de Psicologia 16ª Região/ES

V CORRIDA ZUMBI DOS PALMARES

Para marcar o Dia Nacional e municipal da Consciência Negra (20 de novembro), a Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Vitória (SEMCID) promove a V Corrida de Rua Zumbi dos Palmares pela Promoção da Igualdade Racial. A corrida tem por finalidade difundir a luta da população negra por seus direitos e a busca por uma vida saudável. São parceiras do evento as secretarias municipais de Esportes (SEMESP), Segurança Urbana (SEMSU), Administração (SEMAD), Transportes (SETRAN), Serviços (SEMSE), Desenvolvimento da Cidade (SEDEC) e Saúde (SEMUS), Coordenação Política (SECOP) e Comunicação (SECOM). Apóia o evento a Cesan, a UFES e a Vale.

1.2. A prova em sua 5ª edição será realizada no dia 27 de novembro de 2011(domingo) mesmo em condições climáticas adversas. INSCRIÇÕES

2.1. As inscrições deverão ser realizadas a partir do dia 08 de novembro a 22 de novembro de 2011 na Gerência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e de 14 a 22 de novembro no Serviço de Orientação ao Exercício (apenas para aqueles e aquelas que são atendidos por esse Programa), mediante a entrega de 1 kg de alimento não perecível (exceto sal, fubá, farinha de mesa e de trigo).

Dia Internacional para a Tolerância - Incentive e Pratique‏

Miss Universo 2011 sofre racismo em site que ostenta suástica nazista



Angolana Leila Lopes foi xingada de 'macaca' e 'filha do King Kong' na web.
Negra que venceu em SP sofreu ofensa racista de adoradores de Adolf Hitler.

Kleber Tomaz Do G1 SP


Trechos de mensagens racistas contra nova miss universo postadas por membros de site investigado por suspeita de ligações com grupos neonazistas (Foto: Reprodução)

Instantes após vencer o Miss Universo na noite desta segunda-feira (12), em São Paulo, a angolana Leila Lopes, de 25 anos, passou a receber ofensas racistas na internet pelo fato de ser negra. Mensagens em português e em inglês postadas num site internacional que se define nacionalista branco e possui adeptos do ditador nazista Adolf Hitler compararam a ganhadora do título de mais bela do mundo a uma "macaca". A brasileira Priscila Machado, 25 anos, que ficou em terceiro lugar, também sofreu insultos, sendo chamada de "crocodilo".

A miss Ucrânia Olesia Stefa, de 23 anos, segunda colocada no concurso, foi "garfada" na opinião de alguns dos participantes dos fóruns de discussão "Miss Universo 2011" e “Angolan negress crowned Miss Universe” (Angolana negra coroada Miss Universo, numa tradução livre do inglês para o português) do Stormfront (frente de tempestade).

“Angolana? Depois falam que não é resultado arranjado, é pura cota, podia por uma macaca para competir que ganharia também, foi totalmente aleatório mas tinha que ser uma das pretinhas, pela mor... Alguém assistiu essa porcaria? Serio?”, escreve um integrante da comunidade brasileira do site a respeito de Leila receber a coroa e a faixa. O autor do texto acima utiliza o símbolo da suástica nazista abaixo de um pseudônimo.

Outro membro escreveu em inglês “monkey in a dress? absolutely revolting” (macaco em um vestido? absolutamente revoltante) abaixo da foto de Leila.

O Stormfront já é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de ligações com grupos neonazistas que promovem ataques a negros, judeus, nordestinos e imigrantes no estado. De acordo com investigadores, os responsáveis pelas mensagens usam apelidos por medo. Caso sejam identificados, podem responder por crime de injúria racial. Mas para isso, é necessário que as vítimas prestem queixa numa delegacia.

Caso sejam considerados culpados, os donos dos comentários podem ser condenados a penas de reclusão de 1 a 3 anos. Como a punição é de menor potencial ofensivo, ela pode ser convertida em pagamentos de cestas básicas ou prestações de serviços comunitários.

'Filha do King Kong'
“Confesso que nem assisti, pois já imaginava o que viria a acontecer. Agora só falta Hollywood chamar a vencedora para fazer o papel da filha do King Kong”, afirma outro integrante na página do Stormfront sobre a nova miss Universo. Este diz morar em Santa Catarina.

Outro membro se mostra revoltado ao afirmar que a escolha de uma negra, na opinião dele, é uma ofensa às europeias. “Sabia que ia dar preta... como um Miss Universo no Brasil não escolheria uma preta? E olha que cara horrível, cabelo repulsivo, como conseguem escolher uma coisa dessas? Eu me indigno, não com os jurados, que são comprados para promover tais afrontas a cultura europeia, mas sim com as ovelhas que assistem isso e acham normal”, diz um participante que afirma morar no Rio Grande do Sul.

Leila Lopes recebe coroa de Miss Universo
(Foto: Reuters)

Sobre a brasileira Priscila Machado, um membro diz que ele se parece com um réptil. “Vou secar a brasileira e angolana. Mulambenta dos infernos. A brasileira parece um crocodilo sorrindo, e a angolana um poste de luz. HORRENDAS”

Outro stormfronter, como os membros do site se referem um a outro, alega que as mensagens postadas no site não são ofensivas e não incitam o preconceito. “Até porque não estamos pregando a intolerância/ódio, apenas nos divertindo com a situação. Sabíamos que ia acabar em várzea...”, diz um participante.




Reincidente
Alguns membros demonstrando que não sofrerão punição alguma fazem piada a respeito dos posts racistas e como eles seriam abordados pela imprensa. Essa não é a primeira vez que o Stormfront causa polêmica.

Na semana passada, o site, que usa a web para reunir grupos de intolerância, xingou as candidatas negras ao Miss Universo com palavras racistas. Oitenta e nove representantes de diferentes nacionalidades, ascendências e misturas raciais disputaram o título.

Também houve insultos às europeias, colocando em xeque o "grau de pureza" racial das garotas, levando-se em conta a opção religiosa delas. Havia outros questionamentos se elas são realmente brancas pelo fato de algumas não terem olhos azuis e cabelos loiros. Procurada, a assessoria de imprensa da organização do concurso não quis comentar o assunto na semana passada.

O G1 não conseguiu localizar a miss universo Leila Lopes nem as misses do Brasil e da Ucrânia para comentarem o assunto.

Em entrevista coletiva à imprensa, realizada na madrugada desta terça (13), Leila chegou a ser questionada sobre o preconceito racial. Em sua resposta, a miss Universo, que não foi indagada a respeito das mensagens ofensivas que sofreu no site Stormfront, afirmou: “acho que pessoas preconceituosas é que precisam procurar ajuda, porque não é normal, em pleno século 21, alguém ainda pensar dessa forma”.

Procurados pela equipe de reportagem, os organizadores do Miss Universo afirmaram que não iriam falar sobre os novos ataques racistas, dessa vez, contra Leila.

Em julho, a brasileira Silvia Novais, de 24 anos, eleita Miss Itália no Mundo 2011, já tinha sido vítima de racismo dos mesmos ‘nacionalistas’ do site contrários à escolha dela pelo fato de a modelo ser negra. O G1publicou reportagens sobre o caso. Ela havia vencido o concurso na Europa como a mais bela descendente de italianos. Seu bisavô materno nasceu em Florença. Num dos insultos, ela foi xingada em inglês de "negra nojenta". Procurada, a miss lamentou as ofensas, mas não registrou queixa na polícia.
Investigação
O Stormfront e seus membros são investigados há alguns anos pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta brasileiros. O grupo foi criado na internet nos Estados Unidos no início dos anos 1990 e arregimentou muitos paulistas. Segundo a polícia, para difundir a manutenção e expansão da raça branca, seus integrantes combinam ataques a negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes ilegais.

Apesar de informar na sua página que a comunidade não é neonazista, racista, homofóbica e intolerante, há citações e fotos de oficiais de Hitler, suásticas e símbolos nazistas.

Stormfront
O G1 não conseguiu localizar os responsáveis pelo Stormfront para comentar o assunto. Eles não usam seus nomes verdadeiros e se escondem por trás de pseudônimos para não serem identificados, segundo a polícia. Também há um recado em inglês que informa os visitantes sobre o conteúdo que vão encontrar:

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ADOLESCENTES DO IASES INICIAM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

Adolescentes da Unidade Metropolitana de Atendimento Socioeducativo, do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), localizada em Vila Velha, começaram os cursos profissionalizantes de bombeiro hidráulico, eletricista predial e uma turma de especialização em Normas Regulamentadoras de Segurança (NR10) para adolescentes que já concluíram o curso de eletricista e possuem o certificado. As capacitações são ministradas por profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Os cursos profissionalizantes têm carga horária de 80 horas, com duração média de 20 dias úteis, e estão sendo realizados de segunda à sexta-feira para, aproximadamente, 45 adolescentes, com turmas pela manhã e à tarde. Ao final da capacitação, os adolescentes receberão certificados.
Antes de iniciar os cursos, os adolescentes fizeram um trabalho pedagógico para construir a filosofia profissionalizante de cada grupo. Os adolescentes criaram identidades para cada turma, que foram denominadas de Grupo Alternativa, Prontos para o Futuro e Renascer
Fonte:
http://www.es.gov.br/site/cidadaos/show_noticia.aspx?noticiaId=99725039
13/10/2011

DETENTAS FAZEM CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM COSTURA DE PEÇAS ÍNTIMAS

Sessenta internas da Penitenciária Feminina de Cariacica (PFC) estão participando do curso profissionalizante de Costureira e Modelista de Peças Íntimas, ministrado nas dependências da unidade prisional por instrutores do Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial (Senai).
O curso, que tem carga horária de 160 horas, é uma ação do projeto “Maria Marias”, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) em parceria com o Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
As ações do ‘Maria Marias’ visam a reinserção das detentas na sociedade por meio de ações socioeducativas, profissionalizantes, culturais e empreendedoras que lhes permitam resgatar a cidadania e o seu valor produtivo.
São parceiros do projeto, na aplicação dos cursos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas empresas (Sebrae).
Já foram ministrados cursos de marketing no setor artesanal; informática básica; artesanato; vestuário; customização; manicura; depilação; modelagem de sobrancelhas; formação de preço; preparação de salgados; confeitarias; doces; panificação; pátina, texturas especiais; relações interpessoais, entre outros.
Fonte:
http://www.es.gov.br/site/cidadaos/show_noticia.aspx?noticiaId=99724839
05/10/2011

ONU vistoria cadeias capixabas e recebe denúncias de tortura no Estado



Um relatório com alegações de tortura e outras violações de direitos humanos no sistema penitenciário capixaba foi entregue, na tarde desta terça-feira (27), a membros do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (SPT-ONU), que está no Estado vistoriando unidades prisionais.

O relatório do CEDH apresenta 17 propostas para combate à tortura no Estado

1. Criação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate a Tortura;

2. Criação da Ouvidoria de Polícia Autônoma e Independente;

3. Criação da Secretaria de Estado de Direitos Humanos;

4. Elaboração e implementação do Programa Estadual de Direitos Humanos;

5. Elaboração e implementação do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos;

6. Transferência das carreiras de médico legista e perito criminal da esfera policial para a forense ou para outra esfera não-policial;

7. Fortalecimento das Corregedorias de Polícia e as dos Sistemas Penitenciário e de Cumprimento de Medidas Socioedicativas;

8. Garantia do acesso pleno do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e demais órgãos de fiscalização nas unidades prisionais;

9. Instalação e fortalecimento dos conselhos da comunidade em todas as comarcas;

10. Desativação da Unidade de Atendimento Inicial de Maruípe e construção de uma nova unidade de acordo com as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE);

11. Desocupação das delegacias que ainda abrigam presos;

12. Fortalecimento da Política de Saúde Mental;

13. Implantação de políticas públicas de prevenção e tratamento da dependência química;

14. Maior rigor e controle na instauração dos Procedimentos Administrativos Disciplinares;

15. Desenvolvimento de processos de seleção, treinamento e aperfeiçoamento de agentes penitenciários, orientados para a prestação de um serviço de qualidade e com respeito aos
direitos do cidadão, alijados dos vícios da cultura institucional tradicional;

16. Efetivação da autonomia constitucional da Defensoria Pública, bem como destinação de maiores investimentos na Instituição e na carreira de Defensor Público.

17. Adoção de meios alternativos à revista íntima de visitantes das Penitenciárias.

O "Relatório Sobre Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos e Degradantes no Espírito Santo" tem 20 páginas e apresenta denúncias de maus tratos cometidos principalmente entre 2006 e 2010.

Elaborado pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), o documento destaca casos emblemáticos ocorridos no sistema prisional do Estado. Entre eles, a superlotação do DPJ de Vila Velha, que chegou a manter 268 presos em um espaço para 16 pessoas, e a manutenção de detentos em contêineres. As celas metálicas foram desativadas em agosto de 2010.

A ideia do documento é produzir uma retrospectiva do sistema carcerário para o órgão internacional e apresentar propostas para combate à prática de maus tratos.

OEA mantém medidas cautelares contra internação de adolescentes no ES
Tortura: um fantasma que ainda assombra as cadeias capixabas

O Espírito Santo permanece sob medidas protetivas impostas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos devido a maus tratos cometidos contra adolescentes internados.

Participaram membros do SPT-ONU - nenhum deles brasileiro; o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Gilmar Ferreira de Oliveira; os secretários estaduais de Segurança Pública e Justiça, Henrique Herkenhoff e Ângelo Roncalli; e a presidente do Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Estado (Iases), Silvana Gallina.

Superlotação transferida para interior

O CEDH afirma que o problema da superlotação não foi resolvido. Os presos foram transferidos para delegacias do interior do Estado que não têm estrutura adequada para receber grande quantidade de detentos.

Na delegacia de Colatina, por exemplo, o Conselho, em meados deste mês, verificou 14 detentos em um carceragem com capacidade para quatro presos.
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O relatório recebido pelo órgão da ONU também salienta prática de torturas psicológicas. As ameaças por parte de agentes penitenciários e diretores de unidades têm sido, segundo o Conselho, alternativas às torturas físicas.

Um verdadeiro dossiê com mais de 2,5 mil páginas traz informações que comprovam as denúncias, salienta o relatório.

Melhorias no sistema

O Conselho Estadual de Direitos Humanos considera como substancial a mudança na estrutura física das novas unidades prisionais. Destaca ainda que o atual modelo prisional tem possibilitado apenas casos pontuais de tortura, diferente do modelo anterior de encarceramento, que fez a realidade prisional capixaba ganhar repercussão internacional.

O Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas está no Brasil desde o dia 19 de setembro para uma ampla vistoria da situação prisional de vários estados brasileiros. A agenda e as observações do subcomitê são mantidos sob sigilo para evitar "maquiagem" nas unidades prisionais verificadas.

Sejus desconhece relatório
A reportagem procurou o secretário de Estado da Justiça, Ângelo Roncalli, para que comentasse as informações apresentadas no documento entregue ao Subcomitê da ONU. Por meio da assessoria de imprensa, ele informou que não recebeu o relatório citado, por isso não conhece o seu teor. Além disso, Roncalli destacou que o documento não entrou na pauta de discussões da reunião realizada na terça-feira.

Fonte: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/09/noticias/cbn_vitoria/reportagem/975806-onu-vistoria-cadeias-capixabas-e-recebe-denuncias-de-tortura-no-estado.html
28/09/11 - Rádio CBN

Tradutor Google

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